Materialidade
O processo de Materialidade da Companhia é desenvolvido com base em levantamento e processamento de dados sobre os temas relevantes para a Copel (Holding) e suas Subsidiárias Integrais, com aprovação do Conselho de Administração, cujo resultado serve de suporte para a elaboração do Planejamento Estratégico e do Relato Integrado, sendo, portanto, fundamentais para a condução dos negócios da Companhia, além de considerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A Copel utiliza as diretrizes da Global Reporting Initiave (GRI) para a elaboração de seus indicadores de desempenho relacionados às práticas de sustentabilidade, e a metodologia do International Integrated Reporting Council (IIRC) para a estruturação de seu Relato Integrado.
Ambas as metodologias são consideradas melhores práticas de prestação de contas às partes interessadas e são amplamente utilizadas pelas empresas que divulgam relatórios com aspectos econômicos, ambientais, sociais e de governança. Como parte do processo de elaboração desses tipos de relatório, o processo de materialidade é apresentado dentro dessas metodologias de maneira similar, sendo seu resultado a espinha dorsal dos Relatórios Anuais da Copel.
De acordo com a GRI, os temas relevantes são aqueles considerados importantes por refletirem os impactos econômicos, ambientais, e sociais da organização, ou influenciarem as decisões das partes interessadas. A priorização (expectativa das partes interessadas x impacto da empresa) desses temas relevantes resulta nos temas materiais da Companhia. O principal critério, portanto, para definir os temas materiais, é o impacto, e as características que os definem são a frequência e a severidade.
A abordagem da IIRC é mais ampla, ou seja, os temas relevantes são aqueles que afetam a capacidade da organização em gerar valor de seus capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social e de relacionamento, e natural). A priorização dos temas é realizada com a análise da magnitude dos seus efeitos, que resulta nos temas materiais da Companhia.
Os Relatórios de Materialidade da Copel são elaborados com base nas metodologias disponíveis, bem como em estudos sobre a recorrência dos temas materiais reportados pelas companhias de maior relevância do setor, tanto do mercado interno quanto externo.
Dessa forma, vale ressaltar que a Copel revisa periodicamente a matriz de materialidade no sentido de identificar os temas mais relevantes para a Companhia e suas subsidiárias, consoante o contexto do setor elétrico, as tendências mundiais, o cenário econômico e social.
Processo de
Materialidade
Os temas materiais representam os impactos mais significativos de uma empresa nas esferas econômica, ambiental e social. Para chegar aos seus temas materiais, a Companhia realiza a cada dois anos, com revisões anuais, o Processo de Materialidade. Este ciclo de materialidade foi conduzido 100% por especialistas da Copel.
A Copel completou o seu mais recente processo de materialidade em 2023, com o apoio de diversas áreas e a participação de todos os negócios. Para tanto, tomou como base as recomendações da norma internacional GRI Standards (GRI3: Temas Materiais 2021). Ao final, os temas materiais da Copel foram aprovados pelo Conselho de Administração, que é mais alto grau de Governança da Companhia. O processo completo é válido para o período de 2023 –2025, com revisões anuais previstas.
Os temas materiais são um subsídio fundamental para o planejamento estratégico da Companhia, indicando as prioridades de atuação a serem capilarizadas em todas as áreas e operações da Copel. Por isso, funcionam com um norteador importante para a empresa. Além disso, a materialidade se relaciona diretamente com a gestão de riscos da Copel, na medida em que utiliza insumos dos processos existentes de gestão de riscos e fornece resultados que contribuem diretamente para tais processos.
Os temas materiais orientam também o Relato Integrado e os Relatórios Socioambientais, pois o conteúdo e a organização dos documentos têm como base a materialidade.
A imagem ilustra o papel da materialidade na Copel:
Consulta às partes interessadas
O último processo de materialidade representa um salto de qualidade para a Copel. Em primeiro lugar, foi uma das maiores consultas às partes interessadas internas e externas (grupos que impactam ou que são impactados pela Copel, como clientes, empregados, fornecedores, investidores, entre outros) já realizadas pela Companhia. Foram 6.905 participantes de diversos segmentos, com destaque aos clientes da Copel: 3.595 respondentes, sendo representados 276 municípios do estado do Paraná.
| Grupo | Respostas |
| Clientes | 3.595 |
| Comunidades* | 25 |
| Conselho de Administração, Diretorias e Presidência | 18 |
| Empregados próprios | 1.755 |
| Empregados Terceirizados | 459 |
| Entidades Setoriais | 6 |
| Estagiários | 133 |
| Fornecedores | 314 |
| Investidores | 552 |
| Órgãos reguladores** | 3 |
| Participações Societárias*** | 10 |
| Sociedade**** | 35 |
| Total | 6.905 |
* Comunidades: foram consultadas lideranças das comunidades com as quais a Copel se relaciona;
** Órgãos reguladores: foram recebidas três respostas de representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);
*** Participações societárias: em 2023, a Copel contava com 26 participações societárias, representadas por 12 gestores. Destes, 10 participaram da consulta.
**** Sociedade: foram consultados integrantes de instituições representativas da sociedade, como universidades, escolas, ONGs, entre outros.
Dupla materialidade
Pela primeira vez a Copel realizou a dupla materialidade, em consonância com as melhores práticas do mercado. A dupla materialidade consiste na análise conjunta dos aspectos ESG com seus impactos financeiros pata a Companhia, fortalecendo a estratégia corporativa e a gestão de riscos. A partir dela, foi acentuada a priorização de alguns temas, como a segurança da população.
Considerando a dupla materialidade, 34 temas foram considerados materiais para a Companhia, com algumas distinções no nível de criticidade para o negócio.
Para facilitar a praticidade em sua utilização, conforme orientação do GRI, os temas foram organizados em dez grupos:
- Segurança da População: está relacionado principalmente à segurança das barragens e dos reservatórios, bem como prevenção e monitoramento de acidentes da população com energia elétrica. O tema tem um vínculo importante com as mudanças climáticas, pois os eventos climáticos extremos, como temporais mais intensos e frequentes, enchentes ou estiagens, afetam as operações da geração e distribuição de energia e podem ter impactos sobre a segurança da população.
- Satisfação do Cliente: está diretamente ligada ao resultado econômico-financeiro e à reputação da Companhia.
- Bem-estar, Saúde e Segurança para a Força de Trabalho: envolve cuidar da saúde, segurança e qualidade de vida dos trabalhadores, reduzir e monitorar a taxa de gravidade dos acidentes com empregados e contratados.
- Compromisso Social: considera o compromisso com as comunidades, direitos humanos, engajamento com partes interessadas e responsabilidade social.
- Compromisso Ambiental: considera mudanças do clima, o compromisso com a biodiversidade, ecoeficiência, gestão de recursos hídricos e responsabilidade ambiental.
- Transformação do Setor de Energia: contempla eficiência energética, eficiência operacional, eletrificação, geração de energia elétrica limpa, inovação, investimentos em infraestrutura de distribuição e transmissão de energia elétrica, oportunidade de novos negócios, e segurança cibernética e da informação.
- Desempenho Econômico-Financeiro: reflete a saúde financeira da Companhia e o grau de êxito obtido com o capital investido, permitindo, portanto, que as partes interessadas avaliem a utilização dos recursos, incluindo a eficiência empresarial, e os fatores que a influenciaram.
- Gestão Sustentável de Fornecedores: envolve contratação, monitoramento de fornecedores nos aspectos ESG, devida diligência, orientação e acompanhamento dos fornecedores.
- Gestão de Pessoas: envolve investimento em capital humano, programas de desenvolvimento profissional e pessoal, clima organizacional, treinamentos para empregados próprios e terceirizados, bem como políticas de remuneração, benefícios e relacionamento com os sindicatos.
- Governança Corporativa: abrange principalmente os princípios do modelo de governança; a estrutura e composição da governança da Companhia; as práticas e mecanismos que garantem a efetividade e qualidade desta governança; a maneira como é realizado o processo de compliance e seu desempenho; a gestão integrada de riscos corporativos e os assuntos relacionados ao ambiente regulatório.
A matriz abaixo tem a finalidade de ilustrar os temas agrupados da dupla materialidade.
Todos têm alta relevância, mas quanto mais próximo do canto superior direito (ou quanto mais escuro é o tom de azul), mais expressiva é relevância do grupo, tanto para as partes interessadas e quanto em termos de impacto financeiro.
Legenda:
1. Segurança da População
2. Satisfação do Cliente
3. Bem-estar, saúde e segurança para a força de trabalho
4. Compromisso Social
5. Transformação do Setor de Energia
6. Desempenho Econômico-Financeiro
7. Gestão Sustentável de Fornecedores
8. Gestão de Pessoas
9. Governança Corporativa
10. Compromisso Ambiental
