Governança
Climática
A Copel incorpora as mudanças do clima na análise de riscos e na avaliação financeira de oportunidades, mantendo sua matriz energética predominantemente advinda de fontes renováveis e desenvolvendo tecnologias de baixo carbono e projetos de eficiência e conservação de energia.
A mudança do clima dentro da Copel é gerida sob dois aspectos:
Risco operacional e financeiro, em função da necessidade de modificações na operação dos ativos, da perda de receita por reposição de equipamentos e instalações e pela possível cobrança de taxa pela emissão de gases de efeito estufa; e
Oportunidade, podendo potencializar a procura por energia advinda de fontes alternativas e com baixa emissão de carbono, incluindo a comercialização de energia renovável no mercado livre; a geração distribuída; e a oferta de serviços como eletropostos e eletrovias.
A Copel está atenta às evoluções do setor e inclui a análise das oportunidades em atividades de prospecção de negócios, pesquisa e desenvolvimento. Como parte da gestão das mudanças do clima, a Copel monitora periodicamente suas emissões; acompanha os movimentos governamentais sobre a precificação de carbono; avalia os riscos climáticos de novos investimentos e analisa medidas de adaptação dos negócios aos impactos das mudanças climáticas.
Política de Mudança
do Clima
A política de Mudança do Clima da Copel foi aprovada em 2016 pelo Conselho de Administração. O documento foi elaborado pelo Comitê Gestor de Mudança do Clima, composto por representantes de diversas áreas da Companhia, sendo considerado na sua construção: os referenciais do GHG Protocol, Princípios do Pacto Global, Política Nacional sobre Mudança do Clima, Política Estadual de Mudanças Climáticas e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em 2024, o documento passou a ser um caderno específico da Política de Sustentabilidade.
A Política da Copel, estabelece diretrizes para o planejamento e a promoção de ações de redução de emissões de gases de efeito estufa e para enfrentar as consequências das alterações climáticas nos negócios da Copel.
Programa de Gestão Corporativa
de Mudança do Clima
O Programa de Gestão Corporativa de Mudança do Clima (PGCMC) foi instituído de forma permanente em 2014, pela Diretoria da Copel, com o objetivo de discutir e deliberar ações vinculadas ao estudo dos efeitos das mudanças climáticas, bem como acompanhar as ações decorrentes da implantação da Política de Mudanças Climáticas da Copel e os compromissos voluntários assumidos. Possui um Comitê Gestor, composto por representantes de todas as Diretorias da Copel, que busca discutir o tema e definir ações a serem implementadas na Companhia.
Gestão Estratégica
Engajamento de Partes Interessadas
O engajamento das partes interessadas está entre as principais ações desenvolvidas pela Copel contra às mudanças climáticas e para adaptação aos seus efeitos.
Considerando os limites de participação, cada parte está envolvida em algum nível neste que é um dos temas materiais para a Companhia.
- Alta Administração
- Empregados e Terceirizados
- Clientes, Comunidades e Sociedade
- Fornecedores e Parceiros
- Acionistas e Investidores
-
Governo
Além das responsabilidades legais e estatutárias que estão atribuídas, a Alta Administração da Copel é envolvida nos assuntos sobre as ações contra às mudanças do clima ao discutir, compor e aprovar o Relatório de Materialidade da Companhia.
A Copel, por meio do programa de mudança do clima, realiza periodicamente treinamentos, materiais de comunicação com o propósito de disseminar os conteúdos, e alavancar temáticas relacionadas à mudança do clima.
As Comissões Internas Socioambientais (CISAs) tem como propósito estimular os empregados a participar como multiplicadores de conceitos de sustentabilidade, por meio do desenvolvimento de ações voltadas a questões socioambientais, mediante um trabalho de sensibilização dos públicos interno e externo para o consumo consciente dos recursos naturais e divulgação das ações socioambientais da Companhia.
Por meio dos programas de promoção da sustentabilidade, são realizadas, ao longo do ano, palestras abordando os grandes temas globais, como: Gestão de Resíduos Sólidos e Consumo Consciente, Impactos Socioambientais dos empreendimentos da Copel Distribuição e Mudanças Climáticas. As ações dos programas estão voltadas à promoção da conscientização e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Para promover o engajamento dos clientes, comunidades e sociedade em geral nas ações contra à mudança do clima e uso consciente de recursos naturais, a Copel promove, durante suas campanhas, ações como o uso de bicicletas e patinetes elétricos, cedidos pela Companhia, de forma a incentivar os clientes a experimentar o uso deste modal alternativo que proporciona a redução de emissões de carbono.
Vale ressaltar que a Copel inaugurou a primeira eletrovia do Brasil (730 Km), ligando o litoral à região oeste do Estado do Paraná, de modo a incentivar o uso de carros elétricos. Além disso, são veiculadas campanhas de conscientização sobre eficiência energética nas emissoras de rádio e divulgados vídeos sobre diversos temas ambientais nas plataformas digitais e emissoras de televisão, no intuito de levar informação a todos os públicos.
O engajamento dos fornecedores é feito por meio de treinamentos e workshops sobre mudanças do clima, pela disponibilização do Manual do Fornecedor da Copel e pelas cláusulas contratuais de responsabilidade socioambiental.
O Manual do Fornecedor é entregue aos fornecedores em cada assinatura contratual e dispõe sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), reitera o que se encontra nas cláusulas contratuais de responsabilidade socioambiental, bem como aborda o tema de Mudanças do Clima, em especial o Inventário de Gases de Efeito Estufa, instruindo sobre a importância da elaboração do documento.
As ações da Copel contra às mudanças do clima são divulgadas por meio do Relato Integrado e estão alinhadas ao Planejamento Estratégico, à gestão de riscos, à tomada de decisão, à prospecção de negócios e à valoração dos capitais e bens intangíveis da Companhia, engajando e transmitindo confiança aos acionistas e investidores quanto à continuidade dos compromissos assumidos e à importância da participação do Grupo nas plataformas e índices de sustentabilidade empresarial das bolsas de valores.
A Copel participa e colabora com planos de ação voltados para a Mudança do Clima, como por exemplo nas comissões de Mudança do Clima da Prefeitura Municipal de Curitiba e Governo do Estado do Paraná. Esta participação está alinhada ao compromisso assumido pela Copel de:
“Atuar em fóruns, grupos de discussões e correlatos voltados à mudança do clima”.
Dentre os temas discutidos na construção dos planos estão as ações de mitigação e adaptação que deverão ser tomadas nos próximos anos no sentido de neutralizar as emissões dos gases de efeito estufa até 2050.
Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD)
Governança | Governança Corporativa | O modelo de governança da Companhia engloba mecanismos de monitoramento e apoio à tomada de decisões sobre mudanças climáticas. As iniciativas e indicadores relacionados às mudanças climáticas são acompanhados periodicamente pelo Comitê de Desenvolvimento Sustentável (CDS) que assessora o Conselho de Administração da Companhia. O CDS é composto por três membros eleitos pelo Conselho de Administração sendo até três membros do Conselho de Administração e até um membro externo com reconhecida experiência profissional nas matérias da competência da Comissão. Decisões estratégicas como aprovação de atualizações de políticas, compromissos e metas fazem parte das atribuições do Conselho de Administração – assessorado pelo Comitê de Desenvolvimento Sustentável, que está ativamente envolvido na definição das metas, bem como no monitoramento periódico do desempenho. |
Estratégia | Estratégia Corporativa | Na implantação do Plano de Neutralidade aprovado pelo Conselho de Administração, o planejamento estratégico da Companhia, que abrange as decisões corporativas em um horizonte de cinco anos com base na Visão 2030, decidiu que a Copel deveria ter cem por cento de sua matriz energética proveniente de fontes renováveis, o que implica um desinvestimento de ativos de elevada emissão. As revisões e definições do planejamento estratégico foram baseadas no estudo realizado pelo Ministério de Minas e Energia, que contém cenários climáticos futuros para o sistema elétrico brasileiro (previsão até 2100), possível precificação de carbono e desenvolvimento de estudos de adaptação às mudanças climáticas. O estudo revelou que situações climáticas extremas podem se tornar mais frequentes nos próximos anos no Brasil, por isso isso foi considerado na análise de risco dos negócios da Companhia, uma vez que estão localizados em diferentes regiões geográficas do Brasil. Em termos práticos, o estudo sinaliza que o aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, ondas de calor e secas prolongadas, pode impactar a geração de eletricidade a partir de energia hidrelétrica. O estudo mostra também que pode haver aumento da velocidade do vento em diversas áreas do Brasil em praticamente todas as estações do ano, exigindo cuidados especiais com os ativos de transmissão e distribuição. Além disso, ocorreram eventos climáticos críticos nos últimos anos, incentivando a empresa a intensificar a pesquisa sobre cenários climáticos futuros decorrentes do aquecimento global em seus ativos de geração hidráulica (até 2100) e de distribuição (até 2050). |
Planejamento financeiro | Dado que as diretrizes da Política de Investimentos da Copel determinam que as questões climáticas devem ser consideradas na análise de oportunidades e que o planejamento estratégico aponta para o crescimento das fontes renováveis, a Companhia priorizou investimentos em desenvolvimento tecnológico e inovação em seu planejamento financeiro, bem como aumento de empreendimentos de geração de energia renovável, como usinas eólicas, solares e hidrelétricas. A tendência de utilização de energia proveniente de fontes renováveis também é observada nos clientes, que buscam soluções que possam reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) utilizando energias renováveis ou a aquisição do I-REC para reduzir as emissões de Escopo 2. | |
Riscos e Oportunidades Climáticas
| Riscos
| Os principais riscos corporativos são identificados com base nos benchmarks estratégicos, nos modelos climáticos e nos ambientes interno e externo em um detalhado processo de Gestão de Riscos. Desde 2022, os riscos climáticos são avaliados separadamente dos riscos socioambientais. O mapa de riscos representa tanto os riscos físicos como os riscos de transição. Veja o detalhadamento no Relato Integrado Copel 2023 (páginas 101 e 102). |
Oportunidades | Desinvestimento: De acordo com o planejamento estratégico, a Visão 2030 da Copel e o Plano de Neutralidade de Carbono endossado pelo Conselho de Administração em 2021, alinhado aos compromissos do Acordo de Paris, a Copel tem como objetivo reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) Escopo 1 e compensar as emissões residuais. até 2030 para os ativos sob seu controle operacional. Com os desinvestimentos em ativos de gás natural, carvão e gás canalizado em pleno fluxo, a Copel está no caminho certo para atingir sua meta de ter uma matriz de geração 100% renovável até 2024. Para avançar ainda mais no desenvolvimento de um setor elétrico renovável, sustentável e que proporcione segurança energética, a Companhia também se comprometeu a aumentar a produção de energia renovável e a diversificar seu portfólio, aumentando a participação das fontes eólica e solar. Em 2023, essas fontes foram responsáveis por 17,1% da geração ou 4.257,53 GWh – em 2022, o volume foi de 2.901,3 GWh. | |
Veículos elétricos: Em 2023, a percentagem de veículos elétricos na nossa frota de veículos ligeiros aumentou para 17% – o objetivo é atingir 50% até 2030 conforme previsto no Plano de Neutralidade Carbónica. | ||
Geração de energia solar: Em mais uma iniciativa pautada pela agenda ESG e atendimento ao cliente, a Companhia lançou um serviço de oferta de energia renovável local, por meio de fontes solares, na forma de cooperativa. As vantagens desse modelo incluem a absorção dos custos de implantação pela Copel, maior oferta de energia renovável e menores emissões de gases de efeito estufa (GEE), além do engajamento comunitário e apoio aos pequenos negócios. A Copel está implantando parques solares no Paraná no modelo de geração distribuída compartilhada e oferecendo a determinados consumidores, principalmente pequenos empresários, a possibilidade de economizar. |
CDP
O Carbon Disclousure Project (CDP) é uma organização internacional sem fins lucrativos com sede em diversos países, Reino Unido, Japão, Índia, China, Alemanha, Estados Unidos e Brasil, cujo propósito é mobilizar investidores, companhias e governos a construir e implantar ações e práticas de sustentabilidade, com foco nas emissões que influenciam as mudanças climáticas.
Desde 2010, a Copel participa voluntariamente do reporte e divulgação das emissões de gases de efeito estufa e das estratégias da Companhia frente às mudanças do clima, de maneira a posicionar-se entre as empresas referência em sustentabilidade de todo o mundo, atraindo investimentos e reforçando o impacto positivo de sua imagem.
A Copel segue as recomendações do Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD) – iniciativa que busca a elaboração e implementação de recomendações para a divulgação e análise de riscos e oportunidades relacionados às questões climáticas – incluem as práticas avaliadas pelo CDP.
Além disso, o CDP é base para algumas avaliações que a Copel participa, bem como auxilia na divulgação (Relato Integrado) das ações em prol das questões relacionadas à mudança do clima e as medidas adotadas pela Companhia para melhoria contínua dos processos.
A forma de pontuação é um meio de se avaliar o progresso de uma empresa com relação à gestão ambiental. A aplicação da metodologia resulta em uma pontuação que avalia o nível de detalhamento e abrangência do conteúdo, bem como a conscientização da empresa em relação aos problemas relacionados às mudanças climáticas, aos métodos de gestão e aos progressos na direção das ações adotadas com referência às mudanças climáticas.
Nesse sentido, alinhada às melhores práticas do mercado e ao compromisso com o desenvolvimento sustentável, a Copel vincula o desempenho no CDP às metas do Prêmio por Desempenho (PPD). Você pode acessar o Relatório 2023 do CDP aqui.
Ano | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 |
Desempenho | B | C | C | C | B | B | B | A- |