Sobre Biomassa, Biogás e Hidrogênio Verde

O Estado do Paraná possui grande potencial de produção de biomassa e biogás. Por ser um dos maiores produtores de grãos do país, acaba gerando resíduos agrícolas na mesma ordem de grandeza, além de possuir uma das maiores e mais competitivas áreas de plantio florestal do mundo. 

Além disso, o Estado está entre os maiores produtores e exportadores nacionais de frango, e também entre os maiores produtores de suínos do Brasil, o que gera enormes quantidades de biogás. 

Adicionalmente, a população paranaense gera diariamente mais de 10 milhões de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos, que representa um passivo ambiental, mas que pode ser aproveitado para geração de energia elétrica.

Apesar do Paraná ser detentor de um mercado agrícola pujante, recordista mundial de produtividade, possuindo clima e terras com condições extremamente favoráveis, o Estado registra participação nacional tímida na produção de biomassa para geração de energia. Deste modo, o fomento para o aproveitamento dessas excelentes condições agrícolas vai ao encontro dos interesses do Estado, da própria Copel e da sociedade, considerando-se:

a) O enorme potencial de geração de energia elétrica no Paraná a partir da biomassa;

b) A tendência da mudança da matriz energética brasileira, incorporando quantidade significativa de geração eólica e hidráulica a fio d’água, de caráter intermitente, resultando na necessidade de geração térmica para firmar o Sistema Interligado Nacional – SIN;

c) Que a biomassa é um combustível de energia limpa, renovável e, quando comparado aos demais combustíveis fósseis é bastante interessante por ser menos poluente com baixa emissão de gases, inclusive os causadores de efeito estufa;

d) As condições naturais de clima e solo favoráveis à produção de biomassa existentes no Paraná, de forma a assumir posição de destaque no cenário nacional na produção e no uso como recurso energético;

e) O fato de o Paraná ser detentor de um mercado agrícola pujante, recordista mundial de produtividade, que gera resíduos na mesma proporção;

f) Os compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris, durante a COP21 para a redução de gases do efeito estufa (redução em 37% até 2025 e de 43% até 2030) e para a ampliação da participação de fontes de energia renováveis na matriz energética;

g) As perspectivas de crescimento do mercado de geração distribuída no Paraná;

h) A tendência mundial de descarbonização das economias. 

Visando aproveitar esse potencial, a Copel, por meio da sua Diretoria de Desenvolvimento de Negócios – DDN, manifesta ao mercado o interesse na análise e desenvolvimento de oportunidades negócios em geração de energia a partir de biomassa (bagaço de cana-de-açúcar, florestal, resíduos da agroindústria) e biogás (desejos agropecuários, resíduos agroindustriais, RSU). 

O hidrogênio verde, por sua vez, é obtido de fontes renováveis por meio de eletrólise, separando o hidrogênio do oxigênio que compõem a molécula, não havendo, portanto, emissão de dióxido de carbono e evitando, desta maneira, a emissão de milhões de toneladas de CO2 todo ano.  

A viabilidade do hidrogênio verde, contudo, encontra algumas desvantagens, como: o alto custo de produção, transporte e distribuição; a segurança (elemento volátil e inflamável); e o maior gasto de energia para produção.