Gestão de Impactos de Mudança do Clima
Os principais impactos das mudanças do clima para os negócios da Copel estão relacionados aos padrões históricos de temperatura, vento e chuva.
A crise hídrica, causada pela falta de chuva por longos períodos em determinada região, diminui consideravelmente o nível dos reservatórios e a geração de energia, embora possa ser mitigada pelas dimensões continentais do país e pela existência de um sistema nacional interligado que permite a compensação.
A velocidade dos ventos, embora tenha impacto positivo para usinas eólicas, é prejudicial para as linhas de transmissão e distribuição de energia.
Por essas razões a Copel dispõe de um processo de gestão de riscos que incorpora os impactos causados pela mudança do clima de forma a prevenir, reduzir, mitigar e adaptar as atividades da Companhia às alterações do clima e aos eventos extremos.

Gestão de Riscos
da Mudança do Clima
Eventos meteorológicos de alta intensidade em curto espaço de tempo como fortes chuvas, rajadas de ventos e descargas atmosféricas, tem se mostrado mais frequentes e mais severos, podendo causar danos físicos às estruturas e instalações de geração, transmissão e distribuição de energia, levando à interrupção do fornecimento, além de custo operacional para recomposição do sistema.
A escassez de chuvas pode comprometer o armazenamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas da Copel, resultando em redução temporária da capacidade de geração da Companhia, cujo potencial é predominantemente de fonte hidráulica.
Considerando as prioridades de uso de recursos hídricos estabelecidas na Lei nº 9433/1997, em caso de escassez hídrica o abastecimento para consumo humano e a dessedentação animais são prioritários, desse modo a geração de energia hidrelétrica é modificada e os reservatórios passam a suprir as condições priorizadas.
Alterações das precipitações médias mensais, que possam causar aumento das vazões médias afluentes às usinas operadas pela Copel, também podem trazer impactos tais como a necessidade de revisão do dimensionamento de estruturas de modo aumentar sua capacidade frente a novos dados e aumento da garantia física de geração dos aproveitamentos.
A ação de ventos intensos (acima de 70 km/h) impacta nas estruturas físicas da empresa, provocando interrupções de distribuição (alta e média tensão) e de transmissão, causando impactos financeiros e mobilização de equipes.
A elevação da temperatura contribui para o aumento do consumo devido ao uso intenso de equipamentos de refrigeração e condicionamento de ar, ao mesmo tempo que impõe restrições a capacidade nominal das instalações elétricas.
As linhas de transmissão e distribuição são construídas para operar em determinada temperatura de projeto, que considera a temperatura ambiente e o aquecimento do cabo provocado pelo fluxo da corrente elétrica. Com o aumento da temperatura ambiente, o fluxo de corrente elétrica precisa ser reduzido para compensar o aumento de temperatura.
Para acompanhar o desenvolvimento dos fenômenos climáticos em tempo real, a Copel conta com um sofisticado sistema de previsão numérica do tempo, com a operação rotineira do modelo numérico americano Weather Research and Forecasting (WRF), alimentado por dados locais e fronteiras do modelo global norte americano GFS.
Os principais riscos corporativos são identificados a partir dos referenciais estratégicos, dos cenários climáticos e dos ambientes interno e externo, em um processo detalhado em Gestão de Riscos. Desde 2022, os riscos climáticos são avaliados de forma segmentada dos riscos socioambientais. O mapa de riscos considera os riscos físicos e os riscos de transição. A avaliação do risco climático cobre as operações diretas da empresa e sua cadeia, upstream e downstream. Dentre os riscos considerados são:
Principais riscos que envolvem os negócios da Copel e suas subsidiárias | |||
Riscos físicos |
| Potenciais impactos | Ações de mitigação |
Físico agudo | Ciclone, furacão, tufão | A ação dos ventos fortes pode impactar as estruturas das linhas de transmissão e das redes de distribuição da Companhia. | Entre as ações de curto prazo estão monitoramento meteorológico e procedimentos e definição de estratégias, visando à restauração do sistema elétrico o mais rápido possível. Além disso, o planejamento contempla os investimentos direcionados a uma rede robusta e segura, com tecnologias que minimizem o impacto, a frequência e a duração das interrupções, tornando mais ágil a recuperação do fornecimento de energia. As principais iniciativas são: Programa Paraná, Programa de Rede Elétrica Inteligente e Programa Florestas Urbanas. |
Precipitações intensas | A ocorrência de fortes chuvas pode afetar o regime hidrológico e desencadear situações de riscos às operações do negócio de geração de energia. | A Copel desenvolveu um Plano de Segurança de Barragens que inclui procedimentos de monitoramento de estruturas, inspeções e revisão periódica de segurança, além de estabelecer Planos de Ações Emergenciais de barragens e socioambientais. Além disso, existem planos de ação emergencial contra inundações com simulações periódicas. | |
Físico crônico | Alterações de temperatura | Nos períodos com temperaturas mais elevadas há uma tendência de aumento do consumo de energia com o uso mais frequente de equipamentos que visam ao conforto térmico. Nessas condições, o limite de carregamento das linhas de distribuição de alta tensão é reduzido para preservar o equilíbrio térmico dos condutores e garantir a altura segura do cabo ao solo. | A Copel, por meio de estudos, vem revisando o valor da temperatura ambiente utilizado para avaliar o carregamento de linhas de distribuição nos estudos de planejamento da expansão, visando promover maior segurança operacional. |
Riscos de transição | Potenciais impactos | Ações de mitigação | |
Regulamentação atual | A difusão das micro e minigeração distribuída com compensação de créditos pode contribuir para a sobre contratação da distribuidora. A necessidade de adequação da rede elétrica existente devido a alterações na regulamentação motivadas por questões climáticas que podem levar a aplicações financeiras não provisionadas ou a sanções administrativas do órgão regulador. | Monitoramento, acompanhamento e participação nas discussões sobre o tema em fóruns promovidos por entidades e associações do setor. | |
Regulamentação emergente | Estabelecimento de um mercado regulado de carbono no país, que, por definição, estabelece metas de redução de gases de efeito estufa, podendo impactar nos custos de compensação da empresa. | Monitoramento, acompanhamento e participação nas discussões sobre o tema em fóruns promovidos por entidades e associações do setor. A Companhia estabeleceu seu Plano de Neutralidade em 2021 visando reduzir ao máximo as emissões de Escopo 1 de suas operações. | |
Tecnologia | Capacidade de acompanhar a velocidade e o ritmo com que são exigidas inovações em soluções e processos tecnológicos na oferta de produtos e serviços de baixo carbono. | Acompanhamento das tendências de mercado, execução de Projetos de P&D, programa de inovação aberta Copel Volt, criação de um fundo do tipo corporate venture capital para energytechs e startups focadas em novas energias renováveis. | |
Legal | Potencial aumento do volume de ações judiciais, motivadas pela interrupção do fornecimento de energia aos consumidores, devido à intensificação dos riscos físicos agudos a que estão sujeitas as redes elétricas (chuvas, ventos e raios). | Investimento em novo sistema de gestão para ampliar e modernizar o atendimento para toda a base de clientes da distribuidora e execução do Programa Rede Elétrica Inteligente (REI), que visa a automatização da rede distribuição, buscando a redução do tempo de desligamento e permitindo o monitoramento em tempo real, além de outras Reputação ações relacionadas aos ativos de distribuição. | |
Reputação | Possibilidade de impactos à imagem da Copel devido ao aumento do número de eventos climáticos severos e à intensificação de seus efeitos. | ||
Mercado | Possibilidade de impactos no preço de comercialização de energia no mercado livre devido à influência das condições pluviométricas. | Elaboração de estudos e análise, e adoção de processos e sistemas para mitigação do risco e a diversificação do portfólio através da inserção de outras fontes de geração de energia, como solar e eólica. |
Adaptação às
Mudanças do Clima
A Companhia possui uma Subcomissão de Adaptação para discutir e propor uma metodologia para levantamento de riscos relacionados à mudança do clima para as áreas responsáveis pelos processos de geração, transmissão e distribuição de energia.
Como medida de Adaptação frente às Mudanças Climáticas, a Copel desenvolve ações no intuito de mitigar os efeitos da mudança do clima, como a revisão dos critérios utilizados nos projetos de novos empreendimentos, que são revisados rotineiramente e de acordo com a região a serem implantados. São priorizadas a implantação de projetos com estruturas mais robustas e com maior resistência aos ventos, seguindo dados reais e extrapolações futuras para cada região de estudo.
A Copel busca antecipar medidas para minimizar os impactos desses riscos, utilizando estruturas de suporte de contingências, a realização de monitoramento meteorológico e a disponibilização de funcionários em regime de sobreaviso para poderem atuar na recomposição do sistema o mais breve possível, quando necessário.
Para a situação de chuvas intensas, a Copel dispõe de planos de ação de emergência para as barragens de seus empreendimentos hidro energéticos, nos quais são definidas as ações a serem executadas em situação de anomalia, identificando procedimentos preventivos e corretivos.
Além disso, mantém uma rede de estações de monitoramento hidro climatológico e serviços de previsão de tempo contínuo, com a disponibilização de imagens de satélite e de radares meteorológicos e previsões quantitativas nas regiões que a Companhia possui instalações.
Negócio Distribuição
Alinhada às diretrizes estratégicas da Companhia, a Copel Distribuição elaborou o Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas a fim de orientar a tomada de decisão acerca dos investimentos necessários e prioritários nas instalações, bem como a implementação de melhorias nos empreendimentos da subsidiária.
Além da análise de cenários climáticos, de projeções futuras e de riscos, o documento aborda a gestão de emissões e metas, consoante aos compromissos assumidos.
Negócios Geração e Transmissão
Alinhada às diretrizes estratégicas da Companhia, a Copel Geração e Transmissão elaborou o Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas a fim de orientar a tomada de decisão acerca dos investimentos necessários e prioritários nas instalações, bem como a implementação de melhorias nos empreendimentos da subsidiária.
Além da análise de cenários climáticos, de projeções futuras e de riscos, o documento aborda a gestão de emissões e metas, consoante aos compromissos assumidos.